A velocidade das tendências nas redes sociais e como aproveitá-las

A conversa nas redes sociais muda de direção constantemente e a uma velocidade vertiginosa, o que torna difícil para as marcas acompanharem o ritmo. Num dia, as plataformas estão cheias de conteúdos que celebram a ousadia e o arrojo; no dia seguinte, a tendência muda para a subtileza e a discrição. Para as marcas, este ritmo frenético pode ser um desafio - como planear e aprovar conteúdos quando o que é tendência pode transformar-se literalmente de um dia para o outro?

Enquanto as equipas de marketing se esforçam por obter luz verde para estes novos temas, considerados demasiado ousados para a marca, a conversa já foi para outro lado. Surge então uma questão fundamental: como é que as marcas podem acompanhar um cenário tão dinâmico sem perder a autenticidade e a relevância?

As tendências das redes sociais são o motor que impulsiona as conversas e gera interação entre os utilizadores. Estas tendências podem manifestar-se como temas quentes, sons, danças virais ou formatos de conteúdo que se espalham rapidamente pelas plataformas digitais.

Enquanto algumas tendências têm um alcance de massas e apelam a diversos públicos em toda a plataforma, outras emergem em nichos ou comunidades específicas (ou SubTok), como #FashionTok ou “wearing vs styling”. Estas micro-tendências, sendo mais personalizadas, oferecem uma oportunidade única para as marcas se ligarem de forma autêntica e profunda a um público bem definido.

De acordo com dados recentes, 61% dos utilizadores do TikTok valorizam mais as marcas que criam ou se envolvem em tendências, e 79% acreditam que as marcas devem mostrar personalidade e expressar-se autenticamente na plataforma. Assim, participar nas tendências permite não só estabelecer ligações, mas também humanizar a sua marca, integrando-se de forma natural e divertida na comunidade, como qualquer outro utilizador.

No entanto, para as marcas, reagir a tempo pode ser um desafio. Os processos internos, como as revisões e aprovações de conteúdos, provocam frequentemente atrasos que podem fazer com que percam o momento certo para atuar. Além disso, existe o desafio de identificar tendências relevantes e, ao mesmo tempo, integrar-se nelas de forma autêntica e eficaz, evitando causar desconforto ou rejeição entre o público.

A resposta curta seria estar constantemente online. A única forma de saber quais são as conversas actuais nas redes sociais é estar lá, no meio delas, a toda a hora. Porque se forem descobertas dias ou semanas depois, a sua relevância ter-se-á desvanecido.

Uma boa maneira de começar a explorar as tendências é concentrar-se no seu público; compreender quem são, a que comunidades pertencem, sobre o que falam e que tipo de conteúdo capta o seu interesse. Nem todas as tendências serão relevantes para eles ou para a sua marca. Identifique as que realmente se relacionam de uma forma significativa, permitindo-lhe filtrar o ruído e encontrar as que ressoam com o seu público-alvo.

Infelizmente, as equipas de marketing das marcas não podem estar ligadas o dia todo, mas a colaboração com os criadores de conteúdos é uma excelente solução. Ao serem parte ativa destas comunidades, os criadores compreendem o seu público e estão imersos nas tendências e conversas do momento. Eles sabem quais os tópicos que são tendência e que tipo de conteúdo está a gerar interação nesse momento. O seu conhecimento não só ajuda as marcas a identificar o que é tendência, mas também a envolverem-se de uma forma autêntica e alinhada com os interesses do público.

Quando as marcas pedem “conteúdos orientados para as tendências”, surge a questão: estão à procura de conteúdos reactivos que se adaptem a tendências momentâneas ou precisam realmente de uma estratégia holística que lhes permita estabelecer uma ligação relevante com o seu público? O conteúdo que produzimos deve emergir da cultura criada pelas comunidades com as quais pretendemos estabelecer uma ligação, reflectindo os seus interesses e valores autênticos.

1. Momentos de tendência, ou tendências fugazes de curto prazo.
2. Sinais de tendência, ou tendências de longo prazo que começam a surgir como um padrão de interesse ou comportamento do utilizador.
3. Forças de tendência, ou transformações comportamentais duradouras e em grande escala que se espalham não só pelas plataformas sociais, mas que se transferem para a vida real e se tornam uma forma de atuação offline.

Para que os conteúdos sejam verdadeiramente relevantes, actuais e eficazes, é essencial alinhá-los com as tendências. No entanto, para termos tempo de reagir, coordenar com os criadores, desenvolver e aprovar conteúdos, temos de nos concentrar nas tendências que têm um impacto duradouro e otimizar a gestão das colaborações através de ferramentas tecnológicas como a nossa plataforma automatizada de micro-influenciadores. Identificando os momentos-chave e concentrando-nos nas tendências que se tornam sinais de tendência ou mesmo forças de tendência, podemos garantir que o nosso conteúdo se mantém atual e culturalmente relevante.

Os criadores são muitas vezes um excelente indicador das tendências que se estão a tornar sinais e forças nas suas comunidades. Forçá-los a criar conteúdos com base em tendências nem sempre funciona, por isso, dar-lhes a liberdade de interpretar e aproveitar os sinais que surgem do seu público irá gerar conteúdos mais autênticos e relevantes.

Nem todo o conteúdo precisa de ser um discurso de vendas. De facto, é muito mais eficaz concentrar-se na construção de relações e no envolvimento do público, e uma tendência é uma oportunidade divertida para mostrar a personalidade e os valores de uma marca.

As marcas podem beneficiar das tendências de três formas:

1. Jogo da atenção; para serem notadas com conteúdo relevante e oportuno.
2. Mensagens da marca; aproveitando as tendências que se alinham com a identidade e os valores da marca.
3. Consideração do produto; com tendências em que o produto ou serviço é um ajuste natural.

As melhores marcas encontrarão uma forma de combinar todos os três elementos, com um conteúdo vencedor que aproveita uma tendência, transmite a mensagem da marca e destaca o seu produto.

A chave é a combinação de uma abordagem reactiva, que garante a capacidade de mudar o rumo das conversas do dia a dia, e de uma criatividade pré-planeada, que fornece uma base de conteúdos que aborda activações sazonais recorrentes ou momentos-chave da marca, como o lançamento de produtos.

Por último, é importante lembrar que nem todas as tendências são relevantes. É muito importante não perder o foco no público para compreender as comunidades que se pretende atingir e depois encontrar o que é relevante e interessante para elas. Com uma estratégia bem executada, uma marca pode não só aproveitar a onda dos tópicos de tendências, mas também estabelecer uma ligação duradoura com o seu público-alvo.